"A INCLUSÃO AINDA É BASTANTE DELICADA": PERCEPÇÕES DOS PROFESSORES ACERCA DA INCLUSÃO DE CRIANÇAS E ADOLESCENTES COM AUTISMOS

Resumo

O autismo vem sendo estudado, na atualidade, por diferentes campos de saber. Longe de certa coesão compreensiva, seu quadro clínico é tomado enquanto multifatorial. No que tange aos processos de inclusão de ditos alunos, sua efetivação ainda está por ser construída. Neste artigo, objetivamos investigar a percepção dos professores acerca da inclusão de crianças e adolescentes com autismos de uma escola pública da Rede Regular de Ensino da Região Metropolitana de Porto Alegre/RS. Para tanto, empreendeu-se um estudo de natureza qualitativa, contando com a participação de dez docentes, utilizando-se de dois instrumentos centrais para a produção de dados: questionário sociodemográfico e roteiro de entrevista semiestruturado. As entrevistas foram gravadas e transcritas na íntegra para, posteriormente, serem analisadas a partir da Análise de Conteúdo. Os resultados apontam para ambivalências inerentes ao processo, situando as potências e limitações vislumbradas no território escolar. Entre apostas e desconhecimentos, os participantes situam a precariedade formativa e o baixo efetivo de docentes como limitadores para uma educação dita inclusiva.