Arte de Amatiwanã Trumai: mito, memória e resistência indígena

Larissa Lacerda Menendez, Isabel Cristina Teresa Taukane

Resumo


Este artigo aborda as artes indígenas como modo de resistência dos povos originários, compreendendo-as como lugares de memória que se relacionam aos mitos, rituais, em contraponto com a história oficial que invisibiliza estas populações e suas expressões culturais. Para demonstrar a relação das artes indígenas com a memória e resistência, apresentamos a obra “Yamurikumã” do artista Amatiwanã Trumai e sua relação com a tradição e memória coletiva. A partir de análise bibliográfica e de acervo virtual, o artigo expõe as narrativas de três mitos sob a perspectiva dos povos Trumai, Kurâ-Bakairi e Kamaiurá. Os mitos sobre a origem das mulheres, roubo das flautas sagradas e ritual feminino do “Yamurikumã” são importantes para compreender a dimensão simbólica da pintura homônima do artista, que retrata um ritual em que as mulheres retomam o poder da aldeia e invertem as relações de gênero. Constata-se que a obra do artista extrapola a dimensão da expressão individual e abrange um legado de tradições culturais acerca da mitologia, arte e memória coletiva indígena.


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DOI: https://doi.org/10.29327/227811.23.56-2

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