Ancestralidade e resistência dos povos de Santo através da voz de Maria Bethânia
Resumo
As religiões animistas ainda sofrem um preconceito considerável no Brasil, apesar de já internalizado por livros didáticos a miscigenação de três raças formadoras da etnia brasileira (índios nativos, europeus e negros africanos), apenas a cultura, a língua e a religião europeias são legitimadas pela imposição cultural da supremacia branca propagada nos mais diversos mecanismos midiáticos. Este trabalho se propõe a ressaltar a cultura das religiões afro-brasileiras, com foco no candomblé, a partir da música como elemento religioso, utilizando-se do repertório da cantora Maria Bethânia, principal artista do cenário nacional a valorizar as religiões de matrizes africanas. A metodologia é baseada na pesquisa bibliográfica, através de textos teóricos e do material produzido pela artista ao longo de 50 anos, e a interpretação dos dados tem foco na Análise do Discurso, privilegiando informações explícitas sobre os santos, os rituais que envolvem animais e plantas, além das evocações aos Orixás. O objetivo é a compreensão teórico-didática da religiosidade miscigena brasileira, contribuindo para a desmistificação da marginalidade dessas expressões de crença e fé, tendo como pressupostos teóricos, o pensamento decolonial e a desconstrução do conhecimento hegemônico pre-estabelecido.
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PDFDOI: https://doi.org/10.17648/textura-2358-0801-v22n52-5482
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