“Ser homem" e "ser pedagogo": relações de gênero nos caminhos da profissionalização

Jaime Eduardo Zanette, Maria Cláudia Dal'Igna

Resumo


Este artigo apresenta parte dos resultados de uma pesquisa que tem por objetivo refletir sobre as relações de gênero que se configuram nos caminhos da profissionalização de homens (futuros) pedagogos. Este estudo está vinculado a um projeto de pesquisa mais abrangente desenvolvido em um Programa de Pós-Graduação em Educação da Região Sul do Brasil. Para atingir o objetivo proposto na investigação, foram realizadas entrevistas narrativas, com pedagogos em processo de formação e com outros já formados. Buscando apoio teórico nos estudos de gênero pós-estruturalistas, nos estudos em docência e nos estudos em pedagogia, pode-se concluir que: a) um pressuposto de gênero reduz a masculinidade do homem professor à sexualidade (natural e incontrolável), contribuindo para afastá-lo do exercício da docência na educação infantil e nos anos iniciais e colocar sob suspeita suas práticas pedagógicas;  b) uma norma de gênero colabora, ainda, para posicionar esses homens em cargos administrativos, afastando-os, assim, da sala de aula e empurrando-os para outros espaços, mesmo que tais homens não aspirem a cargos de gestão, e que prefiram atuar nas atividades de docência que executam.

Palavras-chave: Pedagogia. Docência. Profissionalização. Gênero. Masculinidade.


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DOI: https://doi.org/10.17648/textura-2358-0801-20-43-4022

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