Gênero, educação e cultura política comunista: reflexões sobre narrativas de mulheres militantes
Resumo
Na cultura política comunista brasileira contemporânea à Guerra Fria, a rigidez dos papeis de gênero reproduziu e adaptou formas de sujeição em relação às mulheres militantes. Nesse processo, a incorporação de traços estéticos e comportamentais compreendidos como masculinos, servia como mecanismo de legitimação e imposição de sua condição militante dentro de determinados coletivos caracterizados por essa cultura política. Nesse sentido, apresentamos um exercício de pensar as possíveis manifestações do gênero na cultura política comunista, particularmente em práticas de educação não formal. Metodologicamente, trata-se de uma abordagem de cunho qualitativo, que busca compreender como o gênero poderia se operacionalizar na cultura política comunista. Para tanto, o uso das narrativas de memória de militantes comunistas brasileiras no período da Guerra Fria se mostrou de grande valia. Na investigação de narrativas (auto)biográficas de Nilce Azevedo, Zuleika Alambert, Vera Silvia de Araújo Magalhães, Criméia Almeida e Maria Amélia de Almeida Teles foi possível delinear uma expectativa comportamental e estética das comunistas que adentravam à luta anticapitalista, que ora se distanciavam e ora se aproximavam dos padrões engessados de gênero.
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PDFDOI: https://doi.org/10.17648/textura-2358-0801-20-44-3872
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