Desenhando com palavras: a terra viva do sertão euclidiano

Rodrigo Lemos Simões, Lúcia R. Lucas da Rosa

Resumo


Este artigo examina a geopoética contida na narrativa euclidiana a respeito do sertão nordestino, tendo como base o livro Os sertões. Obra original e inquietante foi responsável por trazer outro olhar sobre o interior do país, apresentando aos seus leitores um Brasil profundo onde as utopias de progresso e civilização encontravam a resistência tanto nos homens como na terra. Homem de letras e ciências, designado para acompanhar o episódio final protagonizado pelo exército nacional que combatia os sertanejos na vila de Canudos, interior da Bahia, acabou por deparar-se com questões sociais relacionadas ao abandono por parte do Estado e as intempéries da terra. Crítico e reflexivo teve que refazer muitos dos seus conceitos sobre as transformações por que passava o Brasil naquele período, em especial da vida em locais onde o meio físico se apresenta de forma tão intensa como é o caso do sertão baiano. Vista de forma integral o cenário descrito pelo autor vai além da aridez com que se construiu ao longo dos anos a imagem feita sobre o sertão e o sertanejo, pintando com palavras a transformação da natureza no nordeste do país.


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DOI: https://doi.org/10.17648/textura-2358-0801-19-40-2733

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