Avaliação da atividade mutagênica da miricitrina
Resumo
Os estudos toxicológicos de compostos naturais têm sido ferramentas importantes para a identificação de compostos químicos com potencial terapêutico, contribuindo para o desenvolvimento de fármacos. A miricitrina (MIR), flavonol presente em folhas e frutos de plantas da família Myrtaceae, possui ação anti-inflamatória, antidiabética e antioxidante em humanos. Em razão da escassez de estudos sobre a toxicidade genética da MIR, este estudo teve como objetivo avaliar o potencial mutagênico da MIR in vitro em uma linhagem celular de mamíferos. Para isso, o Teste de Micronúcleos com Bloqueio da Citocinese – CBMN foi escolhido para detecção de instabilidade cromossômica, expressa na forma de micronúcleos (MN), pontes nucleoplasmáticas (PN) ou brotos nucleares (BN). A MIR foi testada nas concentrações de 10 µM, 21,25 µM e 42,5 µM por 4 e 24 horas em células de ovário de hâmster chinês (CHO-K1). Os resultados obtidos revelaram a ausência de genotoxicidade da MIR nas células CHO-K1 quando comparadas ao controle negativo (CN) no período de 4h. Já no período de 24h, a maior concentração da MIR (42,5 µM) induziu aumentos na frequência de MN e PN, quando comparado ao CN. Os dados apontam para a ação pró-oxidante da MIR na maior concentração e no tempo de tratamento prolongado.