A Europa como comerciante e advogado do mundo: o continente e os processos globais
Resumo
A posição da Europa é analisada especificando-se a globalização em cinco processos globais, nos quais o continente aparece como o centro dos fluxos de comércio e capital, como a região dos mais profundos entrelaçamentos transnacionais e como uma área de normatividade transnacional. Destacamse os antecedentes históricos e a inter-relação entre comércio internacional e direito que transpõe as comunidades políticas na Europa, tanto na teoria social moderna quanto na construção de instituições após a Segunda Guerra Mundial, bem como a difusão do direito europeu para outros continentes. Os conceitos de posição, papel e identidade devem ser distinguidos. As posi- ções histórica e atual da Europa no mundo pouco se expressam nos papéis que os líderes de hoje desejam cumprir nas formulações contemporâneas do Originalmente publicada em “European Journal of Social Theory”, volume 5, issue 4, november 2002, p. 403-418, a presente versão foi atualizada, pelo autor, especialmente para esta publicação, cortesia que agradecemos. Tradução de Roberto Cataldo Costa. 306 Direito e Democracia vol.4, n.2, 2003 patrimônio e da identidade do continente. Isso acontece, em parte, em função de um erro nostálgico de avaliação por parte de ex-políticos pertencentes às altas esferas do poder, mas em muito devido à posição delimitada do direito e do comércio europeus convencionais, e da transformação – real, mas não teorizada – das tradições comerciais em comércio socialmente enraizado, e da tradição jurídica em normatividade democrática internacional. Por fim, argumenta-se que essas práticas européias de comércio e direito correspondem, na verdade, a múltiplas visões críticas sobre comércio e governança globais.
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