A PREVALÊNCIA DE INCONTINÊNCIA URINÁRIA EM GESTANTES NOS TRÊS TRIMESTRES GESTACIONAIS: UM ESTUDO DE 156 CASOS
Resumo
A gravidez é um período de transformações anatômicas e fisiológicas e dentre as mudanças orgânicas pode-se enfatizar as alterações do sistema urinário. A gestação e o parto são os dois principais fatores de risco para o desenvolvimento de incontinência urinária (IU). Na jovem a IU mesmo que mínima pode ser vivenciada e associada a um fenômeno de senilidade precoce, medo de ficar molhada, de cheirar mal e modificação dos hábitos vestimentários para se adaptar às situações de urgência. Portanto, o objetivo do presente estudo foi investigar a prevalência de IU durante a gravidez de baixo risco considerando cada trimestre da gestação. A população do presente estudo foi de 501 gestantes de baixo risco atendidas no ambulatório da Maternidade Pró-Matre no Município do Rio de Janeiro entre abril e novembro de 2007. A idade média das gestantes entrevistadas foi de 25,1 ± 5,6 anos e da gestação e da gravidez foi de 27,5 ± 8,2 semanas. Como fatores de inclusão avaliou-se a gravidez única. Excluiu-se da pesquisa gestante com história clínica, relatórios médicos ou sintomas de doenças associadas ou intercorrentes a gestação, como: diabetes; doença hipertensiva específica da prenhez, doença pulmonar obstrutiva crônica; uso de medicações que interferem com a função do trato urinário; litíase renal; infecção do sistema urinário; história pregressa de cirurgia do aparelho urinário ou do assoalho pélvico. Realizou-se um estudo piloto com a finalidade de verificar possíveis alterações para um melhor entendimento por parte das participantes. Os dados foram tabulados e analisados, de forma a permitir a obtenção de prevalências. Os testes estatísticos eleios foram o Qui-quadrado não corrigido ou o teste de Fisher bilateral, considerando ambos como significativos quando p ≤ 0,05. Os resultados foram expressos através do cálculo da razão de chances (ODDS RATIO) e de seus intervalos de confiança a 95%. A prevalência de IU durante a gestação foi de 31,1% (IC 95%:27,1-35,4) com a maior prevalência no terceiro trimestre de gestação e estabelecida em 39% (IC 95% 33,4 – 44,8), bem acima das observadas nos trimestres anteriores. O presente estudo mostra que um porcentual significativo de mulheres apresentam IU durante a gravidez. Portanto, ainda que não produzam efeitos nocivos ao binômio, devem ser levados em consideração, especialmente pelos incômodos de natureza social e higiênica que podem provocar.
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