DIFERENÇAS ENTRE MICROHABITATS UTILIZADOS POR Hypsiboas geographicus (Spix, 1824) (AMPHIBIA) EM UMA ÁRE DE MATA AMAZÔNICA CILIAR E UM FRAGMENTO URBANO NA REGIÃO CENTRAL DE RODÔNIA

Lucimeire Eliane Zanettin, FRANCISCO CARLOS DA SILVA, VITOR QUADROS ALTOMARE SANCHES

Resumo


A espécie H. geographicus (Hylidae), é um anuro arborícola, pouco exigente em relação à qualidade de microhabitats. A descrição de microhabitats usados pela espécie é importante como base para elaboração de programas de recuperação ambiental. O objetivo deste estudo foi comparar descritivamente os microhabitats utilizados por H. geographicus em um fragmento de mata ciliar levemente impactado, onde existem corpos d’água lóticos permanentes sob influência do Rio Urupá (A1), (11º04’ 17.31 S; 62º12’50.120”W),  Urupá, RO, com um fragmento urbano de floresta e suas adjacências (A2), no Campus do Centro Universitário Luterano (10º51’46”S; 61º57’37”W), Ji-Paraná, RO. A2 é composta por um fragmento florestal alterado com um lago temporário, próximo ao fragmento há um açude em área aberta, com  gramíneas e arbustos na margem. Ambas as áreas medem 35ha. Foram feitas coletas mensais entre outubro de 2007 e março de 2008 (A1) e outubro de 2009 e março de 2010 (A2). O esforço amostral foi de 48 horas em cada área. Os espécimes foram identificados através de literatura, vocalizações, visualização e coleta de exemplares, que foram sacrificados com Lidocaína gel a 2%, fixados em formol 10%,  conservados em álcool 70% e depositados na coleção de Vertebrados da Universidade Federal de Mato Grosso do Sul. A menor abundância foi registrada no ambiente A1, podendo ser um reflexo da  maior riqueza de espécies na mesma área, que é devida, provavelmente, à estrutura da cobertura vegetal. A espécie utilizou com maior freqüência microhabitats com a altura de 1,22m no ambiente A1, enquanto que no A2 a altura media é de 0,78m. Isso pode ser uma conseqüência da menor  diversidade de microhabitats existente na área A2, mais alterada. Na A1 86% dos indivíduos parecem preferir arbustos e galhos finos a 1,2m do solo, enquanto 13% utilizaram folhas de palmeiras (Arecaceae) a 1,05m. Na A2, 73% dos espécimes utilizaram galhos finos e folhas de vegetação arbustiva a 0,77m do solo, 15% em folhas de plantas do grupo da comigo-ninguém-pode (Aracea), a 0,86m, 5% sobre o folhiço, 4% em vegetação herbácea a 0,60m de altura e 2% sobre gramíneas em uma altura média de 0,57m. A abundância registrada em A1 pode estar associada à característica generalista da espécie, que demonstrou usar vários tipos de microhabitats nessa área. Em relação a A2, observa-se um menor número de microhabitats utilizados, reforçando a hipótese de que nessa área existe maior número de espécies especialistas competidoras.

Palavras Chave: abundância, espécie, generalista


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